Há uma distância entre o que somos, e a forma como nos interpretam!
- Ana Batista
- 11 de out. de 2019
- 3 min de leitura
Querida colega AV ou SR - Você já viveu situações onde uma palavra ou atitude sua foi totalmente mal interpretada e deturpada?
Tranquilize-se, pois a psicologia e sociologia explicam! 😊
Um dos conceitos de Gestão Emocional que mais impactou e libertou minha mente foi o do antiespaço que há entre o que somos, e a forma como os outros nos interpretam, uma das teses centrais da psicologia e sociologia - “Interpretar é contagiar a realidade, é acrescentar cores e sabores do sujeito, é inovar... Há um espaço intransponível, uma distância insuperável, um antiespaço... Nunca deveríamos dar diagnósticos fechados, nem intervir como se fossemos donos da verdade absoluta.” (*)
Óbvio, pessoas que convivem conosco por décadas, gozando de nossa intimidade geralmente interpretam acertadamente o que há de pior em nós...😂 Mas certamente em algumas circunstâncias sofremos o impacto de interpretações totalmente errôneas de nossas palavras, atitudes e até motivações. Opa! E nós, em quantas situações também interpretamos o outro equivocadamente, e sequer percebemos nossa arrogância em “olharmos de cima, do alto”? Ouso dizer que o advento da comunicação digital potencializou esse antiespaço, fomentando conflitos. Cada mente é um mundo!
Segundo o mestre Cury “A construção de pensamentos sempre sofre influências de fenômenos que a contaminam inevitavelmente:
Estado emocional – como estou (ansioso, calmo, estressado, tranquilo, sobrecarregado?)
Ambiente social – onde estou (em ambiente agitado/acelerado, pacífico?)
Tipo de personalidade – quem sou (experiências únicas, história, valores, conceitos)
Estado motivacional – o que desejo.”(*) (impor, dialogar, ditar, opinar, ofender, esclarecer?) Todos os parênteses meus.
“O pensamento consciente é virtual, e somos extremamente imaginativos, criativos e plásticos, desenhamos pessoas e circunstâncias em nossa mente... Ninguém muda ninguém porque nosso pensamento, que é virtual, não muda a emoção que é real, nem muda as janelas traumáticas, que são reais, nem muda o Eu do outro, que também é real.” (*) Se em nossa realidade diária, por vezes pessoas com as quais convivemos pessoalmente por anos e anos nos “desconhecem”, nos “estranham” e até nos surpreendem - Reafirmo que a comunicação digital acelerou, mas também superficializou ainda mais as interações e relações humanas.
Se mesmo quando procurar ser útil e produtiva, voluntariando-se, compartilhando conhecimentos, dúvidas, dificuldades, buscando soluções, socializar, interagir... O expositivo e competitivo “mundo digital” aumentar o risco de equivocadamente sermos interpretadas como possíveis ou até mesmo potenciais problemas - Busquemos palavras e atitudes nossas que porventura causem essa interpretação deturpada. Acaso nossa consciência em nada pesar, descansemos e prossigamos. Em contrário, tenhamos a humildade de reconhecer nosso erro, pedir perdão, mudar a rota para também seguir adiante. A compreensão do antiespaço nos liberta da soberba e equívoco em julgar até as motivações do outro, e semeia a empatia em nossa emoção.

Através da gestão emocional aprendi a calar-me em situações estressantes, indagando-me interiormente, proativamente - o que para mim é uma imensa vitória. Percebo minha consciência naturalmente exigindo-me menos, já não sou tão dura comigo mesma, e sim mais tolerante e flexível. Em uma vivência de 49 anos, buscar conhecer técnicas práticas e simples para gerir minhas emoções foi ouro que garimpei... Quantas vezes desejei e tentei “mudar”, decepcionando-me sempre, ao falhar? O conhecimento é valioso e libertador!
Compreendam - as interpretações dos outros a nosso respeito pertencem a eles. Não somos obrigadas a abrigá-las em nossa mente, tornando-a um monturo de lixo, ou um filme de terror.

É reconfortante a possibilidade de educar minha filha (13), ensinando-a a resguardar-se emocionalmente da maior parte das interpretações pessoais dos “filhos da humanidade”, incluindo das minhas! "Nossa PAZ vale OURO, o resto é lixo, ou no mínimo irrelevante!"(*) Devemos tomar o volante de nossa mente, mudar rotas, aparar arestas, aprender a reconhecer, ressignificar e lidar com nossos traumas - a sermos as únicas autoras e protagonistas de nossa própria história!
Ana Batista, socióloga cristã.
(*) Todas citações de Augusto Cury foram retiradas do Livro 20 Regras de ouro para educar filhos e alunos.
Comentários