Psicoadaptação
- Ana Batista
- 18 de out. de 2019
- 2 min de leitura
“A psicoadaptação é um fenômeno mental inconsciente, que aumenta o limiar do prazer, ou seja, com o tempo perde-se o prazer obtido com os pequenos estímulos da rotina diária. Necessita-se fazer muito para se ter um pouco de prazer.” (*)
Nada deixa de sofrer a ação da psicoadaptação, e sua manifestação é verificada através da insensibilidade frente a apresentação de um mesmo objeto e, lamentavelmente, também nos acomoda em relação a outros seres humanos, causando a rejeição. Quando desequilibrada, geralmente adoece-nos através do conformismo.

Sintomas: incapacidade de dar risada de si mesma e de seus próprios erros, impaciência continuada, facilidade em exaurir a mente, mal-humor.
Exemplo, quando estes sintomas se tornam comuns no relacionamento entre pais e filhos: “Os anos passaram e pouco a pouco a psicoadaptação fez com que seu bebê perdesse o brilho, a importância. Pais geralmente perdem seus filhos dos 4 anos até a pré-adolescência, porque se psicoadaptaram a eles, perderam a sensibilidade... Não sabem encantá-los, envolvê-los, fasciná-los, construir pontes, dar risadas de alguns de seus erros.” (**) Aos pais: quando paramos de brincar com nossas crianças, para ouvir as risadas?
Verdade é que, em um primeiro momento, esse fator psíquico tende a causar-nos uma má impressão, contudo, também possui sua face positiva – é importante por nivelar nossa percepção, comprovando que “o importante é o essencial, a vida e as pessoas, e não o trivial, as coisas e status.”(**)
Outro ponto positivo é que a psicoadaptação recicla lixo mental. Ela desenvolve-se de maneira a diminuir e reutilizar a maioria dos traumas menores relacionados a perdas e frustrações, paulatinamente dirimindo sua intensidade e influência quanto ao sofrimento, frente a idêntico estímulo estressante. Por exemplo, o luto é reciclado mentalmente através da psicoadaptação - com o passar do tempo o enlutado terá reduzidas as condições de propagação e devastação relacionadas a ausência de seu ente querido. A resiliência de nosso consciente está intimamente ligada a capacidade mental de psicoadaptar-se, ressignificando traumas que impactaram nossas emoções.
Ana Batista, socióloga cristã
(*) Augusto Cury, em Pais brilhantes, professores fascinantes
(**) Augusto Cury, em 20 Regras de ouro para educar filhos e alunos
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